4/01 – Estágio 3 – San Miguel de Tucumán > San Salvador de Jujuy

Motos, Quadris, UTVs e Carros
Especial: 364 km
Total: 780 km

Caminhões
Especial: 199 km
Total: 757 km

Fora de estrada, ato I

O aumento da temperatura e altitude acompanhará uma drástica mudança de cenário. Com os primeiros trechos reais de off-road, pilotos e tripulações vão direto ao que interessa! O primeiro teste real em termos de resistência também exigirá vigilância e lucidez ao cruzar o Rios. Por outro lado, os caminhões serão poupados desta dificuldade final.

O dia

Youssef Haddad traz informações completas sobre o dia de hoje e Guiga Spinelli comenta com suas impressões.

Hoje a especial foi dividida em duas partes, a primeira com bastante navegação e muito calor, a segunda com muita altitude e frio, entre elas um deslocamento com apoio livre. Como previsto, um dia duro e exigente.

Nas motos
O espanhol #011 J. Barreda, piloto oficial Honda liderou de ponta a ponta, fazendo valer a estratégia revelada por ele na noite passada, afirmando que na especial de ontem, diminuiu o ritmo para não largar entre os ponteiros hoje, com isso minimizava as chances de ter problemas com navegação. Deu certo, porque hoje foram espantosos 13 minutos mais rápido que o segundo.

#001 Toby Price que liderou a prova no dia de ontem, hoje terminou em 9º, mas ainda lidera o ranking na geral no acumulado.

Para os brasileiros nas motos o dia foi complicado, #164 Ricardo Martins chegou a cair para 90º, mas conseguiu se recuperar e terminou em 65º. #159 Fliter acabou na 66º posição, bem constante e #158 Gregorio Caselani, enfrentou uma especial com problemas mas chegou ao final da especial quase 12 horas depois de sua largada.

12 pilotos das motos já abandonaram o Dakar até o momento, de acordo com a organização do evento.

Nos quadris
Dia também difícil para o brasileiro Marcelo Medeiros, vinha com o 14º tempo entre os quadris, porém até agora não terminou a especial, dificuldades para o maranhense que estava na luta pelo título.

Nos carros
Cai o primeiro favorito. Após liderar quase toda especial, #301 Nasser e Mathieu tem problemas mecânicos e se despedem da luta pelo título, pelo menos por enquanto. Campeões do Mundo em 2016 de forma invicta, unanimidades entre os fãs, Nasser e Mathieu tinham tudo para brigar pelo título do Dakar de 2017, aliás vinham fazendo isso, venceram a primeira especial, foram segundo ontem e hoje vinham liderando de forma convincente, até que uma roda se vai e os fazem parar no km 414, com isso perdem mais de duas horas e considerando o equilíbrio desse rali, podem estar fora da luta pelo título, mas muita coisa ainda pode acontecer!

“Sem Nasser com sua Toyota, difícil outro piloto conseguir brigar com os Peugeot, podem até ganhar deles, mas não brigando com eles. Podemos até concluir com mais informações que Nasser forçou muito o ritmo, que a quebra foi causada por uma provável batida ou algo assim, porém esse é o Nasser, arrisca tudo, anda no fio da navalha e tira leite de pedra. Foi assim ano passado também. O segundo lugar para ele, não interessa”, comenta Youssef Haddad.

A vitória do dia ficou para o Sr Dakar, #300 Stephane Peterhansel e seu navegador Cottret, mostram mais uma vez que quanto mais difícil o dia, melhor para eles. Na sequência vieram #304 Carlos Sainz e Cruz, que voaram na segunda parte da especial e garantiram a dobradinha da equipe francesa. Aliás foi mais que dobradinha, pois em terceiro ficaram #309 Loeb e Daniel, que usaram de uma inteligente estratégia de seguir Nasser ao longo de quase toda especial, evitando assim de se perderem. Em quarto com o melhor resultado até agora de um Mini, #303 Mikko Hirvonen e o experiente navegador Perin, que com certeza fez a diferença hoje, em quinto e fechando o quarteto da Peugeot #307 Cyril Depres.

“Hoje sem dúvida o dia mais difícil do Dakar. E dia difícil é sinônimo de bom resultado para o Peterhansel. Não deu outra, Peterhansel primeiro e os outros Peugeots muito próximos. Bom para a Peugeot, ruim para as Toyotas, principalmente para o Nasser que está a mais de 2 horas atrás dos líderes… mas é o terceiro dia de prova ainda e tem muito rally pela frente. O Dakar é um rally que a cada dia mostra uma dificuldade diferente, sendo que as grandes dificuldades nem chegaram, então temos muito chão ainda”, complementa Guiga Spinelli.

Não podemos deixar de destacar aqui, os problemas dos também oficiais Toyota De Villiers e Nani Roma, com prejuízo maior para o primeiro ( 36 minutos do líder ) e mais uma tranquilidade para os Leões Franceses.

“Quero destacar aqui também a performance dos irmãos gêmeos #347 Tim Coronel e #354 Tom Coronel, que foram trocados de categorias após a especial do primeiro dia, vinham num ritmo bom entre os outros carros, mas pelo visto, após o WP4 seguiram juntos até o neutro e até agora não relargaram para a segunda etapa da especial. #352 Philippe Croizon, piloto sem os 4 membros, teve problemas logo no início da especial , mas seguiu firme até o neutro e deve estar aguardando seu tempo para relargar, assim esperamos”, comenta Léo Magalhães.

No acumulado, Loeb lidera, seguido de muito perto por Sainz e Peterhansel, este sim com 5 minutos de vantagem para Hirvonen.

A dupla brasileira #339 Sylvio de Barros e Rafael Capoani teve um excelente dia, 15º na geral e 18º no acumulado. Com um ritmo constate, os brasileiros começam a escalar a classificação, amanhã eles terão a primeira experiência com dunas. Estaremos na torcida.

“Fato muito relevante e uma boa notícia para nós brasileiros é o resultado do Sylvio e do Capão, 15º num dia muito difícil é muito bom. Adotaram uma boa estratégia e o resultado está ai, muito bom, e importantíssimo para o Brasil no Dakar”, completa Guiga Spinelli.

Nos UTVs
Por falar em brasileiros, #351 Leandro Torres e Lourival Roldan começaram o dia sem ter seu nome listado nos competidores que largariam na especial do dia, mas logo foi corrigida a informação mostrando que Leandro e Lourival lideravam entre os UTVs. Até o momento do fechamento desta matéria, Leandro e Lourival estavam no último WP, em 1º lugar. O outro UTV que está na prova junto com os brasileiros é o #342 Mao Ruijin e Sebastien Delaunay.

Dá até gosto de ver, Lourival Roldan em sua 10ª participação no Dakar, dá um show ao aguentar o tranco da prova pesada e ainda chega no final do dia sempre sorrindo e disposto!

“Amanhã será um dos dias mais importantes dessa edição do Rally Dakar, uma especial com 416 km em altitude média de 3500 m, já tem tudo pra ser difícil, certo? Então inclua nela dunas e muita dificuldade de navegação, para ter uma ideia da complexidade do dia, a organização divulgou uma rota alternativa para quem não conseguir transpor as dunas, com penal pré-determinado de 12 horas. A previsão é que o carro mais rápido faça a especial em 5 horas e 35 minutos, uma media de 75 km/h. Isso leva a crer que nos trechos fora das dunas a velocidade deve ser boa. Veremos… ” completa Youssef Haddad.

 

Resultados