Bellingham iguala nos últimos segundos e Real Madrid volta ao topo da LaLiga

Na noite de domingo, 23 de novembro de 2025, o Estadio Manuel Martinez Valero em Elche virou teatro de drama futebolístico. Com o placar em 2-1 para o Elche CF e menos de três minutos para o fim, Jude Bellingham entrou em cena — e mudou tudo. Um toque seco, de dentro da pequena área, após um cruzamento de Kylian Mbappé, transformou o desespero dos merengues em alívio. O empate em 2-2 não só salvou um ponto, como colocou o Real Madrid CF de volta no topo da LaLiga EA SPORTS, um ponto à frente do Barcelona, que havia vencido o Athletic Bilbao horas antes. O gol de Bellingham, aos 87 minutos, foi mais do que um lance de habilidade: foi um soco no estômago da torcida local e um sopro de vida para uma equipe que parecia desgastada, sem ritmo e sem segurança defensiva.

Dois golpes, duas vezes recuperados

O Elche CF começou o jogo com a determinação de quem não tem nada a perder — e acabou jogando com a coragem de quem sabe que pode vencer. Na 53ª minuto, o capitão Aleix Febas recebeu um toque mágico de German Valera e finalizou com precisão: 1-0. O gol veio depois de uma sequência de passes curtos, quase como um passeio, e o estádio explodiu. Mas o Real Madrid, mesmo sem brilho, nunca desistiu. Na 78ª, Dean Huijsen, que vinha sob pressão por sua forma física, aproveitou um desvio de escanteio e empurrou a bola para o fundo da rede. O empate veio, mas o clima não acalmou.

Três minutos depois, o Elche CF voltou a liderar. Álvaro Rodríguez, ex-jogador do Real Madrid, desequilibrou Raúl Asencio com um drible de calcanhar e finalizou com o pé esquerdo, mandando a bola no canto inferior esquerdo. O gol foi um soco no peito da defesa merengue — e um grito de guerra para os torcedores de Elche, que viam o sonho de vencer o gigante pela primeira vez desde 1978 se tornar realidade.

Um técnico sob pressão e uma equipe sem defesa

Xabi Alonso entrou no jogo com a pressão de quem não vence há três jogos. A equipe chegou ao estádio sem Éder Militão e Dani Carvajal, ambos lesionados, e com Huijsen ainda recuperando de uma lesão muscular. A defesa, que antes era a mais sólida da liga — apenas 10 gols sofridos em 12 jogos —, parecia desorganizada. O sistema de 4-3-3, que Alonso vinha tentando aperfeiçoar, não funcionou no primeiro tempo. O meio-campo, com Ferland Mendy e Aurélien Tchouaméni, não conseguia controlar o ritmo. A saída de Vinícius Júnior aos 72 minutos foi o primeiro sinal de mudança — mas ele, em vez de finalizar, passou para Mbappé, que também não aproveitou.

Ao contrário, Elche jogou com intensidade e inteligência. O jovem Martim Neto foi uma constante ameaça pela esquerda, e o goleiro Inaki Pena fez pelo menos cinco defesas cruciais, incluindo uma ótima parada em um chute de Mbappé aos 68 minutos. A equipe local, que vinha de cinco jogos sem vitória na liga, mantinha invicta em casa — e agora, com o empate, chegou a sete jogos sem perder no Estadio Manuel Martinez Valero na temporada.

Um gol que define uma temporada

O gol de Bellingham não foi apenas um empate. Foi um respiro para uma equipe que parecia perder o rumo. O inglês, de 22 anos, vem sendo criticado por sua falta de constância nos últimos meses — mas agora, com 12 gols na temporada, é o segundo artilheiro do time atrás de Mbappé (13 gols). O fato de ele ter marcado em um momento tão crítico, com o estádio em ebulição e o rival a um passo da vitória, mostra o que os técnicos chamam de "mentalidade de campeão". "Ele não precisa de perfeição para ser decisivo", disse Alonso após o jogo. "Precisa de coragem. E ele tem isso."

Historicamente, o Real Madrid venceu quatro das últimas cinco visitas a Elche — mas nunca havia sofrido um empate tão dramático. O último empate em casa contra os merengues havia sido em janeiro de 2020. Agora, com o resultado, Elche conquistou sua sétima partida consecutiva sem derrotas em casa na temporada — um feito inédito na era moderna do clube.

O que vem a seguir?

Com o empate, o Real Madrid lidera a LaLiga com 28 pontos, um à frente do Barcelona. Mas a vantagem é tênue. O Atlético Madrid, com 25 pontos, está apenas três pontos atrás e tem jogo em mãos. A próxima rodada será decisiva: o Real Madrid visita o Girona, enquanto o Barcelona recebe o Sevilla. Se o Barça vencer, a liderança muda de mãos — e a pressão sobre Alonso aumenta ainda mais.

Elche, por outro lado, entra na zona de classificação para a Europa League. Com 20 pontos, está a apenas um ponto do 6º lugar. Se manterem esse ritmo em casa, podem sonhar com uma vaga europeia pela primeira vez desde 2015. O técnico Rubén Baraja, que assumiu o clube em 2024, já está sendo comparado com os grandes treinadores que fizeram de Elche uma surpresa na década de 2010.

Por que isso importa?

Este empate não é só sobre pontos. É sobre identidade. O Real Madrid, que viveu anos de domínio absoluto, agora precisa lutar por cada centímetro. A geração de Mbappé, Bellingham e Vini Júnior está sendo testada — não por títulos, mas por resiliência. E Elche, um clube que vive entre a sobrevivência e a glória, provou que, contra todos os odds, ainda pode bater os gigantes. A liga está mais aberta do que nunca. E o futebol, mais emocionante.