Com a confirmação de Tite como novo técnico do Cruzeiro Esporte Clube na manhã de terça-feira, 16 de dezembro de 2025, o Sport Club Internacional viu seu plano de reestruturação para 2026 desmoronar em questão de horas. O ex-treinador da seleção brasileira, de 64 anos, havia pedido até o dia 14 para decidir — e escolheu a Raposa. O motivo? A promessa de disputar a Copa Libertadores no próximo ano. Para o Inter, que já enfrentava um cenário interno caótico, foi um golpe duro. Agora, o clube gaúcho tem até quarta-feira, 17 de dezembro de 2025, para anunciar seu novo comandante. Sem tempo para erros. Sem margem para hesitações.
Um plano que desmoronou em 24 horas
O Inter havia montado um plano cuidadoso para a temporada de 2026. Abel Braga, ídolo colorado e salvador do time do rebaixamento no Brasileirão, foi nomeado diretor técnico. Sua missão: reconstruir o futebol do clube com base em valores históricos — disciplina, identidade, gestão de elenco. E a peça central? Contratar Tite. O ex-técnico da seleção, com sua reputação de organização tática e capacidade de unir grupos, era o nome ideal. Mas o Cruzeiro, com o aval do dono da SAF, Pedro Lourenço, chegou primeiro. E com um argumento que o Inter não podia replicar: a Libertadores.Por que Tite escolheu o Cruzeiro — e não o Inter
A decisão de Tite não foi apenas técnica. Foi emocional. O clube mineiro, apesar da eliminação na Copa do Brasil sob Leonardo Jardim, tem um projeto ambicioso. A possibilidade de voltar à elite da América do Sul foi decisiva. Além disso, o clube ofereceu liberdade para montar sua comissão — algo que o Inter, com seu Conselho Deliberativo em crise, não conseguia garantir. Ainda por cima, o Inter enfrenta um movimento interno para o impeachment de seu presidente, Alessandro Barcellos. Enquanto o Cruzeiro se reunia com Tite em Belo Horizonte, em Porto Alegre, os dirigentes colorados discutiam não apenas futebol, mas a sobrevivência política do próprio clube.O argentino que surgiu como alternativa
Com Tite fora, o Inter virou os olhos para a América do Sul. E encontrou Eduardo Domínguez, de 47 anos. O técnico argentino acabou de ser campeão do Campeonato Argentino com o Club Estudiantes de La Plata no sábado, 13 de dezembro de 2025, vencendo o Racing nos pênaltis. Sua filosofia é exatamente o que o Inter busca: organização coletiva, pressão alta, gestão de elenco enxuto. O contrato dele vence em 31 de dezembro de 2025 — e o Estudiantes ainda não renovou. Mas o presidente do clube argentino, Juan Sebastián Verón, quer mantê-lo. Isso cria um dilema: o Inter precisa agir rápido, ou perde o nome mais forte do mercado.Outros nomes na mira — e o fantasma do orçamento
Domínguez é o favorito, mas não é o único. O uruguaio Paulo Pezzolano, de 51 anos, também está na lista. Treinador do Nacional do Uruguai, ele tem histórico de extrair resultados com orçamentos limitados — exatamente o que o Inter precisa agora. O clube, segundo o BolaVIP, teria enviado uma comitiva ao Uruguai para fechar o acordo. Mas a diretoria nega qualquer oferta milionária. A realidade? O Inter está em ajuste financeiro. Não pode gastar como antes. E isso limita as opções. Também não foi descartado Odair Hellmann, de 49 anos, ex-técnico do próprio Inter em 2020. Conhecido por sua disciplina tática e proximidade com jogadores, ele é uma opção segura — mas talvez pouco ousada. O clube quer renovar, não apenas reciclar.Por que isso importa além do Beira-Rio
O que está em jogo não é só o nome do técnico. É a identidade do clube. O Inter vive um momento de transição: depois de anos de crise, os torcedores querem um projeto claro, não apenas um técnico de passagem. A escolha vai dizer se o clube quer ser competitivo com inteligência — ou apenas tentar copiar o que os outros fazem. Enquanto o Cruzeiro apostou em um nome consolidado, o Inter precisa de alguém que consiga construir algo novo, com menos recursos e mais propósito.O que vem a seguir
A diretoria colorada já avisou: até o final desta quarta-feira, 17 de dezembro de 2025, o novo técnico será anunciado. Se Domínguez não for fechado, o nome de Pezzolano será priorizado. Mas há um risco: se o Estudiantes renovar seu contrato até o fim do dia, o Inter pode ficar sem opções viáveis. Nesse caso, a tendência é recorrer a um técnico brasileiro com perfil mais conservador — o que pode frustrar os torcedores que esperam uma renovação.Um clube dividido — e um futuro incerto
Enquanto isso, o clima no Beira-Rio continua tenso. O movimento por impeachment de Barcellos ganha força entre os associados. Alguns veem a indefinição no comando técnico como sintoma de um problema maior: falta de liderança. Outros acreditam que o Inter precisa de um técnico forte para unificar o grupo — e não mais burocratas. O tempo aperta. E cada hora que passa sem um nome é uma oportunidade perdida para preparar a pré-temporada.Frequently Asked Questions
Por que o Inter não conseguiu contratar Tite mesmo com Abel Braga envolvido?
Apesar da influência de Abel Braga, o Inter não conseguiu oferecer o que o Cruzeiro prometeu: a Copa Libertadores. Tite valorizou a oportunidade de voltar à elite continental, algo que o Inter, em crise financeira e política, não pode garantir no curto prazo. Além disso, o clube mineiro ofereceu mais liberdade para montar sua comissão técnica, algo que o Conselho Deliberativo colorado não conseguia assegurar.
Eduardo Domínguez é realmente a melhor opção para o Inter?
Sim, no contexto atual. Domínguez tem um perfil tático alinhado com o que o Inter busca: organização coletiva, pressão alta e gestão de elenco enxuto. Ele acaba de vencer um campeonato argentino com um time sem estrelas, o que combina com a realidade financeira do Inter. Mas o risco é que o Estudiantes renove seu contrato — e o Inter fique sem opção viável até o fim da semana.
Qual o impacto da crise política no Beira-Rio na escolha do técnico?
A crise política no Inter, com movimento de impeachment contra o presidente Alessandro Barcellos, cria insegurança. Técnicos de alto nível evitam clubes com instabilidade administrativa. Isso reduz o leque de candidatos e força o Inter a escolher entre nomes menos conhecidos ou de perfil mais conservador, o que pode afetar o projeto de médio prazo.
Por que Paulo Pezzolano é uma alternativa viável?
Pezzolano tem histórico de sucesso com orçamentos limitados no Uruguai, treinando times que não têm recursos para contratar estrelas. Ele sabe extrair rendimento de jogadores jovens e de baixo custo — exatamente o perfil que o Inter precisa agora. Além disso, ele é mais acessível financeiramente do que Domínguez, caso a negociação com o Estudiantes não avance.
O que acontece se o Inter não anunciar o técnico até quarta-feira?
Se não houver anúncio até 17 de dezembro, o planejamento da pré-temporada será atrasado, prejudicando a preparação física e tática para 2026. Além disso, a falta de definição pode gerar descontentamento entre torcedores e jogadores, e abrir espaço para especulações que enfraquecem ainda mais a imagem do clube.
Tite tem problemas com jogadores no Cruzeiro?
Sim. Tite teve relação tensa com Gabigol no Flamengo, e isso gerou rejeição nos bastidores do Cruzeiro, mesmo que o clube tenha fechado o acordo. A diretoria acredita que o técnico pode superar isso, mas há preocupação com a integração do elenco. O Inter, por outro lado, evitou esse risco — mas perdeu um nome com credibilidade internacional.