Seis jogos, duas vagas e zero margem para erro
Seis jogos para decidir um ano inteiro. É esse o roteiro do Náutico no quadrangular da Série C. Após terminar a primeira fase em 3º lugar, o time caiu no grupo com Ponte Preta (2ª), Brusque (6ª) e Guarani (7º). Todos se enfrentam em ida e volta; os dois melhores avançam à Série B na próxima temporada. A CBF ainda não publicou datas e horários, mas a ordem dos confrontos já está definida.
O calendário alvirrubro ficou assim: 1ª rodada – Brusque x Náutico (fora); 2ª – Náutico x Guarani (casa); 3ª – Náutico x Ponte Preta (casa); 4ª – Ponte Preta x Náutico (fora); 5ª – Guarani x Náutico (fora); 6ª – Náutico x Brusque (casa). A sequência oferece uma chance clara de arrancar bem, com dois jogos seguidos nos Aflitos, e fecha com mando em uma rodada que costuma ser nervosa.
O formato é simples e cruel: 4 clubes por grupo, 6 partidas, pontuação correndo e sem jogo extra. Empate na classificação? Valem os critérios do regulamento: número de vitórias, saldo de gols, gols marcados, disciplina e, em último caso, sorteio. Pelas últimas edições, a “conta do acesso” geralmente fica entre 10 e 11 pontos. Quem chega cedo a 6 ou 7 pontos nas três primeiras rodadas costuma controlar o próprio destino.

Quem são os rivais e o que pesa na prática
Ponte Preta – Tradicional, campineira e acostumada a jogos grandes. Joga no Moisés Lucarelli e costuma empurrar o adversário para o erro com pressão e bola aérea forte. Em mata-mata e quadrangulares, a Macaca se apoia muito em organização defensiva. Visitar Campinas pede atenção ao início do jogo e às bolas paradas.
Guarani – Outro gigante de Campinas, dono do Brinco de Ouro e de uma torcida que cobra intensidade o tempo todo. O Bugre alterna posse e transição rápida, geralmente mais perigoso quando recupera a bola e acelera pelos lados. Fora de casa, tende a baixar bloco e arrancar ponto em contra-ataque. Não dá para ceder corredor nem espaço entre zaga e volantes.
Brusque – Catarinense de pegada, campo mais acanhado no Augusto Bauer e um estilo direto, com cruzamentos e muita segunda bola. Em Brusque, o jogo frequentemente vira duelo físico e de concentração. Pontuar lá, mesmo que com empate, costuma ter peso extra na conta final.
Logística e mando – O grupo impõe viagens longas ao Sul e ao Sudeste. Isso mexe com recuperação, treinos e rotação do elenco. Nos Aflitos, o fator casa precisa valer: gramado conhecido, torcida perto e clima que pressiona o adversário. Em quadrangular, desperdiçar mando geralmente cobra a fatura nas últimas rodadas.
Sequência e estratégia – O desenho ajuda o time a construir gordura já na 2ª e 3ª rodadas, ambas no Recife. Seis a sete pontos nesse bloco encurtam o caminho. Fora, a conta é clara: competir forte em Campinas e em Brusque, evitar derrotas em série e buscar, ao menos, um resultado cheio (uma vitória) para não chegar à rodada final dependente de combinação.
Gestão de elenco – Três viagens em seis jogos exigem rodízio pontual e leitura de minutos: laterais e pontas correm mais, zagueiros acumulam duelos aéreos, e volantes vivem choque atrás de choque. Bola parada decide: escanteios e faltas ofensivas viram atalho quando o jogo está travado; defensivamente, marcação por setor e primeira trave bem protegida salvam pontos.
Arbitragem e clima – Quadrangular é jogo grande com detalhe pequeno. Cartão bobo vira suspensão no momento errado. Vale calibrar abordagem com o árbitro, evitar faltas desnecessárias perto da área e controlar a ansiedade no começo das partidas, quando a adrenalina do estádio costuma ditar o ritmo.
O outro grupo – Caxias, Londrina, São Bernardo e Floresta disputam o outro quadrangular, também com duas vagas em jogo. Para além da curiosidade, isso importa porque define os possíveis adversários de uma eventual final que decide o campeão da Série C. Mas, antes disso, a prioridade é clara: ficar entre os dois primeiros do próprio grupo.
O que esperar da tabela – Em casa, intensidade nos primeiros 20 minutos para abrir placar e levar o jogo para a zona de conforto. Fora, bloco médio, reduzir espaços entre linhas e escolher bem as pressões, sem ceder contra-ataques. Pontos corridos em mini-formato não perdoam apagões: cada tempo jogado em alto nível encurta a maratona.
Próximos passos – A CBF divulgará datas e horários em breve. Até lá, comissão técnica ajusta microciclo de treinos, faz mapeamento detalhado dos rivais e define plano para o primeiro jogo, em Brusque. O quadrangular é um campeonato à parte: curto, tenso e decidido em detalhes. Quem errar menos e for mais frio nos momentos-chave, sobe.